O método fônico, também chamado de método fonético, tem se destacado cada vez mais no cenário educacional nacional. A abordagem, aliás, voltou a ser pauta na agenda de pesquisadores e cientistas nos últimos anos, quando a Política Nacional de Alfabetização, lançada em 2019, a colocou como principal sistema no processo de alfabetização.
O assunto não é, no entanto, uma novidade. Existem registros do uso do método fônico na França desde 1719. No Brasil, por sua vez, a abordagem passou a ser utilizada em substituição ao método da soletração ainda na década de 1980.
Embora seja aceita – e defendida – pela grande maioria dos profissionais da educação, a metodologia ainda enfrenta desafios. Há quem entenda, por exemplo, que as técnicas associadas ao construtivismo são mais modernas e eficientes.
Contudo, pesquisas na área de neurociência revelam que este ainda é o melhor caminho para ensinar as crianças a ler e escrever. E isso vale para todos, independentemente de classe social ou poder aquisitivo. No Brasil, aliás, mais de 50% das crianças terminam o 3º ano do ensino fundamental sem saber ler ou escrever.
Além disso, a concepção fônica é uma recomendação de governo em Portugal, França, Chile, Itália, Inglaterra e Estados Unidos, sendo o método adotado, inclusive, como padrão em diversos países. Cuba, Israel, Canadá, Bélgica e Alemanha integram a lista de quem opta pelo sistema.
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Entenda o que é o método fônico
Como o próprio nome sugere, o método fônico consiste no ensino por meio da associação entre a letra (grafema) e o som (fonema), garantindo que aqueles que ainda estão começando a trilhar o processo de alfabetização consigam compreender e reconhecer as correspondências e padrões ortográficos.
Geralmente, o ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. É importante dizer, ainda, que no método fónico existe um ciclo de alfabetização bem definido: cada letra é aprendida como um fonema, que, ao ser associado a outras letras, formam sílabas e, consequentemente, palavras.
Ainda assim, a abordagem respeita o ritmo de aprendizagem do aluno. E, não à toa, é indicado para crianças na fase inicial da alfabetização.
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Por que adotar o método fônico?
Durante o processo de alfabetização, ter consciência fonológica é essencial, isto é, reconhecer palavras que rimam ou que começam com o mesmo som; separar as palavras em sílabas; ou criar palavras com as sílabas. Afinal, a linguagem oral é a base para a linguagem escrita.
Uma vez que prioriza o ensino dinâmico por meio de diversas atividades, o método fônico permite que o aluno cresça e se desenvolva em um ambiente no qual escrita e fala estão em conformidade com a maneira adequada de comunicação.
Além disso, ele tende a trazer outros benefícios para os alunos, como:
- Maior facilidade de leitura, especialmente de textos mais complexos e variados;
- Fortalecimento do raciocínio e da inteligência verbal;
- Diminuição dos erros ortográficos;
- Mais criatividade, coerência e coesão.
E como fazer isso?
A aplicação do método fônico no processo de alfabetização pode ser feita por meio de imagens, figuras e exercícios que trabalhem a identificação de rimas e aliterações. Trabalhar a memorização de sons e ritmos também é importante, seja com o apoio de poemas, cantigas, trava-línguas ou brincadeiras para identificação de sons do ambiente.
É importante dizer, ainda, que o ensino explícito favorece a alfabetização das crianças, mas o princípio e as características dessa abordagem devem ser compreendidos em sua totalidade. Somente dessa forma será possível planejar um ensino coerente e estabelecer corretamente as relações entre letras e sons de forma precisa.
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