Nos últimos anos muito tem se discutido a importância do diagnóstico precoce do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O acesso à informação mais clara e precisa sobre este e outros distúrbios colocou, inegavelmente, o tema em voga, mas a alta no número de casos também chama a atenção.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, entre 5% e 8% da população mundial apresenta o transtorno, sendo que de 3% a 5% são crianças.
Muito mais comum do que imaginamos, o transtorno surge ainda na infância, em especial a partir dos seis ou sete anos, quando as crianças começam a aprender a ler e escrever e têm maior interação com outras pessoas. Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, de 3% a 5% das crianças de todo o mundo possuem o transtorno.
Isso não significa, no entanto, que todo diagnóstico acontece nesse período. Há casos de pessoas que descobriram o problema apenas na fase adulta e sentiram na pele os problemas causados pela falta de atenção, hiperatividade e impulsividade durante toda a vida.
Este é um dos motivos pelos quais o distúrbio merece uma atenção especial de pais e professores.
Como lidar com o déficit de atenção em sala de aula?
Os alunos que apresentam os sintomas característicos do déficit de atenção geralmente precisam de estímulos específicos para garantir uma aprendizagem respeitosa e eficiente. Isso porque, os desafios, especialmente no processo de alfabetização, são muitos e estão relacionados a:
- Problemas e dificuldade de atenção;
- Baixos níveis de motivação em tarefas monótonas e rotineiras;
- Problemas de autorregulação de ordem comportamental, cognitiva e emocional;
- Dificuldade de organização, seja do tempo ou do espaço;
- Dificuldade em armazenar sons, como o de sílabas e palavras e muito mais.
É importante dizer, no entanto, que os problemas geralmente não têm origem na capacidade cognitiva da criança ou em suas habilidades de linguagem. O fator desafiador é, justamente, a falta de atenção, que torna a alfabetização muito mais difícil.
Uma vez que as crianças com déficit de atenção tendem a ser muito agitadas e não conseguem prestar atenção por muito tempo em aulas e tarefas, é comum que elas apresentem também sinais de agressividade, desobediência e impulsividade.
E trabalhar os sentimentos e boas práticas personalizadas para alfabetização de crianças com TDAH tem sido cada vez mais necessário.
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Dicas úteis para transformar a sala de aula em um lugar respeitoso
É desafiador para todos lidar com um transtorno de déficit de atenção – para os pais, para os professores e para as próprias crianças. Por isso, transformar a sala de aula em um ambiente acolhedor e respeitoso pode fazer toda a diferença no processo de alfabetização.
Há uma linha de estudo que sugere que as crianças com déficit de atenção aprendem melhor quando alguém ajuda a reduzir sua frustração. Dessa forma, por exemplo, é interessante distribuir uma tarefa por vez – e não várias atividades de uma única vez, já que eles tendem a se distrair mais facilmente.
Da mesma forma, esses alunos tendem a ter um tempo de realização das atividades mais lento, sendo importante dar um tempo extra para a realização das tarefas, sempre que possível.
Os profissionais também podem:
- Estimular a concentração por meio de técnicas de motivação. Da mudança do tom de voz a perguntas que poderão ser respondidas somente depois da explicação do conteúdo, é possível aproximar o aluno do contexto escolar, estimulando a memorização, pensamento e raciocínio lógico.
- Apostar em jogos e brincadeiras. Tarefas de raciocínio divertidas, como palavras cruzadas, jogos de cartas, jogos da memória e quebra-cabeças são bons exemplos de brincadeiras que permitem que o aluno relacione o aprendizado de um jeito mais interativo – e menos monótono.
- Adotar estímulos audiovisuais ou sensoriais. Trabalhar a imagem, sons e sentidos é importante para uma melhor memorização nestes casos.
- Reduzir distrações potenciais e criar oportunidades de aprendizagem nas quais a criança vivencie algo pela primeira vez.
- Adotar metodologias criativas de ensino. A prática de miniteatros ou desenho livre permite o uso da imaginação e um melhor proveito com tarefas e aprendizados.
Dar oportunidades de aprendizagem para crianças com défict de atenção é permitir que elas vivenciem experiências únicas e sejam estimuladas a trabalhar habilidades como resiliência, foco e disciplina.
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