Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre a alfabetização da criança com TDAH e, mais ainda, como lidar com os desafios no âmbito pedagógico. Reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causa genética, cujos sintomas se evidenciam ao longo da vida. Em alguns casos até sete anos de idade, já se percebe algumas características que acompanham o indivíduo por toda a sua vida.
TDAH se caracteriza por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade causados pela baixa concentração de dopamina e/ou noradrenalina em regiões sinápticas do lobo frontal. E é essa tríade sintomatológica que causa dificuldades no processo de aprendizagem.
Neste ponto é importante esclarecer que a dificuldade da aprendizagem da criança com TDAH está relacionada aos métodos utilizados que, quando pouco eficazes, não atendem à necessidade do cérebro do aluno. Para alfabetizar é necessário entender do processo e dos estímulos adequados, tudo isso com muito sentido e significado.
Desafios enfrentados pela criança com TDAH
A criança com TDAH apresenta, de um modo geral, dificuldade de atenção e concentração e inquietude. O diagnóstico, no entanto, deve ser realizado por meio de avaliações médicas, educacionais e psicológicas, uma vez que na infância estes sintomas podem ser indicativos de outros problemas.
Mas, se por um lado a dificuldade apresentada na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores chama a atenção dos profissionais, é importante estar atento a outros problemas de comportamento, como dificuldades com regras e limites. Disfunções de atenção, memória, linguagem, interação social e resolução de problemas também são indicativos de que algo não está bem e que a criança precisa de atenção.
Os sintomas tornam o desafio da alfabetização ainda maior – mas não impossível! É importante que a criança com TDAH tenha um acompanhamento multidisciplinar e, principalmente, entenda o que está acontecendo.
Isso porque, é a ligação entre terapeuta e escola que permitirá que o pequeno se sinta abraçado no dia a dia e que os pais recebam o suporte necessário para apoiar a criança nos relacionamentos interpessoais, nas lições de casa e nas tarefas escolares.
Uma vez que no processo de aprendizagem a aquisição, retenção ou aplicação de informações e habilidades se tornam essenciais, trabalhar a autoestima também é importante. Seja por meio da utilização de recursos que ajudam a criança a se acalmar e a se concentrar, seja por meio de conversas diárias.
Dicas para facilitar a aprendizagem da criança com TDAH
É preciso que os professores tenham conhecimento sobre o TDAH. Idealmente, não devem existir barreiras em relação ao aluno com o transtorno e ele deve, sim, ser incluído nas atividades da turma.
A criança com TDAH, contudo, deve aprender aos poucos: o resultado é, muitas vezes, mais consciente e eficiente do que o processo em si. Não à toa muitas escolas optam por uma permissão especial que oferece às crianças mais tempo para realizar as tarefas sem punições, por exemplo.
Um cuidado adicional com o desgaste emocional neste caso também deve ser considerado, uma vez que esta criança provavelmente vai preferir atividades que desafiam as emoções, ainda que sejam exaustivas, do que aquelas que exigem concentração e tempo.
Evitar distrações é outra preocupação que o professor deve ter na hora do aprendizado. Desse modo, a criança com TDAH não deve se sentar junto a janelas, portas ou no fundo da sala. O ideal é acomodá-la nas primeiras fileiras, ao lado do professor.
Reforçar conquistas por meio de feedbacks positivos é outra ação importante na hora da aprendizagem. Palavras de apoio e estrelinhas no caderno mediante os acertos são alguns exemplos de suporte e encorajamento para crianças com TDAH.
As dificuldades memoriais dos alunos podem ser compensadas com lembretes com estratégias simples, como o uso de post-its, anotações e tabelas com descrição das atividades e prazos.
O mais importante no fim do dia é que a criança com TDAH não se sinta discriminada perante os outros e que consiga contornar da melhor forma possível as adversidades advindas do transtorno, concluindo o processo de aprendizagem de forma consciente.
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