Alguns neurotransmissores agem de maneira muito positiva no processo de aprendizagem de uma criança, sendo um delas e dopamina.
Vou explicar melhor: nosso cérebro funciona como uma orquestra sinfônica: as substâncias produzidas em nossa mente integram um grupo chamado monoaminas, que, por sua vez, atuam no corpo humano como neurotransmissores – e cada um tem uma função e uma localização específica. Um deles, aliás, é a dopamina, que está diretamente ligada ao sistema de recompensa do nosso cérebro.
Conhecida como um dos hormônios da felicidade, a dopamina provoca sensações de prazer e aumento da motivação quando liberada no corpo. Isso porque ela age no nosso sistema de recompensa. Um exemplo desse mecanismo é o alimento que ingerimos quando estamos com fome. Mais do que uma necessidade fisiológica, o ato de matar a fome gera satisfação, sentimento despertado com a liberação da dopamina.
E qual a relação entre dopamina e Educação?
Na prática, a dopamina é liberada em várias partes do cérebro e tem diferentes funções, sempre relacionadas, no entanto, com atividades neurais e fisiológicas. É o caso, por exemplo, do controle motor, compensação, prazer, humor, atenção, cognição e algumas funções endócrinas.
Do mesmo modo, a substância atua nos processos cognitivos, aumentando os níveis de memória e atenção, auxiliando no controle dos movimentos e desenvolvimento em geral. E é por isso que ela é tão importante para o processo de aprendizagem.
Não dá para negar que um dos grandes problemas da educação está relacionado à falta de atenção dos alunos. Com tantas possibilidades e informações disponíveis, é comum que os professores precisem disputar a atenção dos estudantes.
Embora os jogos, aplicativos e redes sociais sejam, de fato, parte do problema, a dopamina – em excesso ou baixos níveis – também pode influenciar na educação como um todo. Afinal, é esta substância que motiva e impulsiona nosso cérebro em direção às nossas metas.
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Como estimular adequadamente a dopamina no processo de aprendizagem?
Existem dois tipos de estudantes: aqueles que enxergam o processo de aprendizagem como algo prazeroso e gratificante; e aqueles que não veem prazer algum em estudar ou aprender algo novo.
No primeiro caso, quanto maior o desenvolvimento e os resultados, maior o nível de dopamina no cérebro e, consequentemente, de prazer e motivação. O contrário também é verdadeiro: os estudantes que se enquadram na segunda situação têm baixo nível de dopamina no cérebro e, com isso, tendem a ter um desempenho menor e retenção de conteúdo mais limitada.
A boa notícia é que o organismo é capaz de regular naturalmente a produção de neurotransmissores, garantindo níveis equilibrados para que eles desempenhem corretamente suas funções. Por isso, é cada vez mais importante que os educadores usem a dopamina como aliada, estimulando os alunos e ampliando o interesse pelos estudos e motivação dos alunos em sala de aula.
E como fazer isso? Simples: com planejamento e estudo é possível trabalhar os conteúdos de forma mais inteligente e inovadora, garantido o interesse dos alunos do início ao fim. Isso inclui, por exemplo, apostar no uso de tecnologias e plataformas, além de experiências e discussões orientadas, livre de julgamentos.
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A ideia é estabelecer uma conexão com os alunos para que eles se sintam parte do processo e estejam envolvidos no próprio desenvolvimento.
Como a dopamina tende a garantir uma intensa sensação de prazer, recompensa e satisfação, é importante, também, estimular sua produção por meio de leituras, meditação, exercícios físicos e outras atividades que demandem esforços compensatórios.
Igualmente importante é evitar o uso de celulares, tablets, computadores e televisão antes de dormir. Afinal, a substância também atua nos processos cognitivos, contribuindo para melhorar a memória e aumentar o foco e a concentração.
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