As crianças em fase de alfabetização muitas vezes não conseguem expressar os seus sentimentos e desejos por meio da fala ou escrita, mas colocam suas emoções no papel, em um desenho infantil. Dos rabiscos iniciais às imagens mais elaboradas, todas as fases são importantes e desempenham um papel fundamental no processo de aprendizagem.
Como elas ainda estão aprendendo a lidar com as frustrações e a conquistar autonomia e autoconfiança, os símbolos e imagens são a forma que elas encontram para uma comunicação mais eficiente e divertida. Além disso, é neste momento que as crianças criam “pontes” entre o imaginário e o mundo real – um estímulo às diferentes visões de mundo.
O processo exerce um papel importante também na capacidade de socialização, desenvolvimento e aprendizagem, uma vez que permite que as crianças se conectem, exercitem suas habilidades motoras e desenvolvam a imaginação.
Por isso, é importante que pais e professores deem a atenção devida às crianças e seus desenhos. Mostrar interesse, perguntar o que é e elogiar são pequenas boas práticas que permitirão entender a personalidade e a forma como os pequenos estão se desenvolvendo.
Quer saber mais? Continue a leitura deste artigo para aprofundar o entendimento sobre a importância e o papel do desenho infantil no processo de aprendizagem e alfabetização.
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O que o desenho infantil representa no desenvolvimento?
O desenho infantil é comum a todas as crianças e a prática geralmente acontece naturalmente, por imitação dos adultos. Embora no início a atividade aconteça pelo divertimento ou prazer de executar o movimento e produzir traços em uma superfície, o processo se prova, a curto prazo, fundamental para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças.
A explicação para isso é plausível: é por meio do desenho infantil que as crianças expressam sentimentos, vontades e ideias, na busca da própria identidade. Ou seja, é uma forma de expressar o seu dia a dia e trabalhar com a linguagem, conhecimento e imaginação. Na prática, isso ajuda na formação da subjetividade e percepção do contexto social e histórico.
Além disso, o processo permite desenvolver o senso de observação e a percepção da variedade de cores, formas e texturas. Da mesma forma, a atividade permite que professores e pais percebam algumas características escondidas na criança – se ela é tímida, se tem autoconfiança, se está com problemas em casa e quais são seus maiores interesses.
Por isso, é cada vez mais importante que os professores valorizem o desenho infantil, enxergando a atividade como um recurso da prática pedagógica. Mas, atenção: jamais imponha uma forma de desenhar correta, porque isso pode travar habilidades futuras e o potencial criativo das crianças.
Ou seja, ao professor cabe o incentivo ao desenho infantil sem direcionar os traços e usando não apenas o lápis de cor, mas também materiais variados como areia colorida, papéis com texturas diferentes, tintas e material para colagem.
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Como usar o desenho infantil como prática pedagógica?
O desenho infantil pode ser definido como um sistema de representação similar ao da linguagem e, tal qual, exige a aquisição de esquemas para se desenvolver. Ou seja, não é um resultado somente da percepção daquilo que se vê, mas da habilidade de armazenamento e estímulo dos esquemas gráficos adquiridos e armazenados na memória.
Creio que você já deve ter percebido a importância de trabalhar o desenho infantil como parte do processo de alfabetização. Mas, como a atividade exerce um papel central na formação cognitiva da criança, é necessário que o professor tenha conhecimento do desenvolvimento infantil em si e das etapas da evolução do desenho.
Alguns autores trabalham o grafismo infantil em três estágios, que são: garatujas, pré-esquemático e esquemático. Entenda mais abaixo.
Estágio das garatujas
O estágio das garatujas possui três fases. Na primeira, a criança começa rabiscando movimentos curtos, repetitivos e movimentos longos que ultrapassam a folha. Os rabiscos permanecem dessa forma até os dois anos de idade, aproximadamente, quando a criança começa a realizar curvas e linhas mais direcionadas. É nesta fase que ela percebe que seus movimentos definem seus traços.
Ainda no estágio das garatujas, os pequenos passam por uma nova fase, que consiste em rabiscos que exploram espirais e linhas, além de tamanhos, movimentos e ritmos diferentes. Com mais consciência motora e de percepção, as crianças passam para a última etapa, em que começa a desenhar coisas que retratam algo concreto, como um objeto ou uma pessoa.
Estágio pré-esquemático
O segundo estágio do desenho infantil começa, geralmente, a partir dos quatro anos, quando já é possível observar objetos e figuras humanas de uma forma mais concreta.
Estágio esquemático
No último estágio do grafismo infantil, que acontece aos cinco anos, é comum que a criança comece a representar tudo o que vê de forma ainda mais fiel e com referências. É nesse período, inclusive, que começa a alfabetização infantil e, por isso, é comum que o pequeno copie muito – e tudo!
Entender como funciona o desenho infantil para além dos traços, cores e texturas permitirá aos profissionais e pais uma análise mais profunda e coerente da evolução dos pequenos.
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