Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre como alfabetizar letrando as crianças da primeira infância. Afinal, embora os conceitos sejam diferentes em sua essência, eles tendem a caminhar juntos em uma mesma direção. E é por isso que, cada vez mais, profissionais da Educação lutam para que não sejam trabalhados de maneira independente.
Antes de mais nada, é importante conceituar os termos: a alfabetização visa ensinar a ler e escrever; o letramento diz respeito à habilidade de fazer uso da leitura e da escrita em diferentes dimensões, a fim de estimular a criança a utilizar seus conhecimentos de maneira contextualizada às práticas sociais.
Em outras palavras, refere-se à capacidade de compreensão, interpretação e uso da língua.
Na teoria, um conceito não existe sem o outro. Na prática, nem sempre uma criança alfabetizada é um indivíduo letrado. Isso porque, há, ainda, uma lacuna no processo de aprendizagem, especialmente no que se refere à função social de ler e escrever.
Muitos não conseguem se informar por meio de jornais, estabelecer uma conversa coerente ou interpretar textos, o que é corroborado pelos dados recentes divulgados pelo Ministério da Educação: 56,4% das crianças não estão alfabetizadas no Brasil. O problema é que isso pode perdurar, inclusive, na vida adulta ou aumentar a taxa de evasão escolar.
Felizmente, os métodos de ensino tentam evoluir de acordo com a necessidade e demanda. Não à toa, cada vez mais profissionais têm buscado entender como alfabetizar letrando, uma alternativa que pode, efetivamente, ajudar a mudar essa realidade.
O desafio e a importância de alfabetizar letrando
Alfabetizar letrando nada mais é do que ensinar uma criança a ler e a escrever com base em práticas sociais reais de leitura e de escrita. Em outras palavras, saem as cartilhas e entram os jornais, as revistas e os livros – elementos-chave para uma boa aprendizagem.
Mais do que conhecer o alfabeto ou os fonemas, aprender a ler e a escrever requer uma compreensão de mundo, de tempo e de espaço, além da noção da realidade. Daí a importância de vivenciar os conceitos e permitir que as crianças tenham acesso a um ambiente alfabetizador.
O professor tem um papel central nesse processo. Para garantir o desenvolvimento das crianças, é importante que ele tenha domínio de fundamentos psicológicos, fonológicos, linguísticos e sociolinguísticos.
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Como letrar e alfabetizar ao mesmo tempo?
É inegável que ainda existem muitas dúvidas sobre como alfabetizar letrando no contexto da educação infantil. Isso porque fomos ensinados a tratar os assuntos de maneira independente. A boa notícia é que unir os dois conceitos no processo não é tão difícil quanto parece.
Nos primeiros anos do ensino fundamental, geralmente incentivamos um ambiente lúdico e materiais que estimulem as crianças a ler e escrever. Além disso, há uma preocupação em relação às vivências por meio do fazer e do brincar, estimulando as descobertas e o imaginário.
E isso deve permanecer. Uma vez que a ideia é inserir a criança em um contexto alfabetizador, instigar e oferecer a elas a possibilidade de perceber o uso da leitura e da escrita no contexto social é essencial. Isso significa adotar brincadeiras e trazer elementos do dia a dia, que podem ser cruciais para quem deseja aplicar o conceito de como alfabetizar letrando.
Seja por meio de placas nas estradas, recados na agenda ou cartazes ou, ainda, por meio de atividades específicas de comunicação, como escrever bilhetes e cartas, a ideia é que este seja um trabalho intencional de sensibilização e vivência.
Nesse sentido, na primeira infância o fazer e o brincar, bem como os contos, fábulas e textos infantis, são ótimos aliados, dentro e fora de sala de aula. Metáforas, ditados, músicas e poemas também podem ajudar a entender o que antes era abstrato.
Os debates sobre como alfabetizar letrando estão cada vez mais em voga, mas é importante entender que os conceitos são indissociáveis e que, mais do que estimular a leitura e a escrita, o processo deve permitir que a criança descubra aos poucos esse universo. Sempre, é claro, com muita orientação, estímulo e vivência.
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